Crítica: “The Outwaters” é mesmo este sinistro Found Footage que dá vontade de vomitar? — veredito honesto

EstranhoCine - Filmes de Terror
6 min readSep 14, 2023

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Um show de bizarras aleatoriedades e abstrações

Definido por alguns colunistas e críticos suspeitos como um dos filmes de terror mais perturbadores desde “A Bruxa de Blair” (1999) dentro do controverso subgênero Found Footage (essencialmente, filmes com estética amadora, de câmera na mão e replicando registros amadores com contornos macabros), The Outwaters’ tem dado bastante o que falar nos últimos dias.

Entenda o porquê disso e se este filme é realmente tudo aquilo que estão dizendo. CRÍTICA LIVRE DE SPOILERS. *Mas aberta para eu dizer tudo aquilo que me der na telha.

Elenco: Angela Basolis,Leslie Banfitch,Rob Banfitch,Scott Schamell; Direção e roteiro: Robbie Banfitch; Título Original: The Outwaters; Gêneros: Found Footage, Drama, Suspense, Mistério, Terror

SINOPSE: Quatro amigos acampam no deserto de Mojave, na Califória, apenas com o intuito de reunir tomadas legais o suficiente para a gravação de um videoclipe musical. Mas apesar da viagem começar calma e tranquila, a paz do grupo rapidamente é perturbada por medonhos sons inexplicáveis, vibrações geológicas e pelo estramjp comportamento dos animais da região. Mas eles decidem continuar lá, e então, numa noite, tudo muda e o quarteto de amigos se vê numa jornada traumatizante de terror e delírios mentais.

PÉSSIMO FOUND FOOTAGE:

Semana retrasada assisti a este que é um dos filmes que mais tem se falado neste começo de 2023: OUTWATERS. Eu também não me aguentei de curiosidade, afinal, ele divide opiniões. Mas não é como uma espécie de “A Bruxa” (2015) — um polêmico bom.

Eu até que tentei dar uma chance. Assisti com minha mulher e a opinião que ambos obtivemos foi praticamente a mesma: a de que o filme não começava nunca, e isto deve ser um sentimento generalizado.

Lamento, mas não tenho nenhuma boa opinião sobre o filme: É enigmaticamente chato, mentalmente desgastante, subdesenvolvido, e entrega um terror praticamente artesanal e supérfluo. Em suma, me pareceu aleatório. Na verdade, se eu pudesse defini-lo numa só palavra, esta seria: ALEATÓRIO.

Sub-divido em 3 partes (que seriam, cada uma, um cartão de memória encontrado, da câmera filmadora), o filme desenrola-se com mais da metade do enredo jogado no lixo: não é exagero. Basicamente optaram por uma apresentação mal feita e desapressada — mal decorei nomes e rostos; E então, a viagem dos amigos até o deserto — onde exatamente nada acontece (à despeito de alguns terremotos, mas apenas), e quando finalmente algo de sinistro parece acontecer, não pode-se ver nada.

Deve ser a obra cinematográfica com imagem mais desempolgante e escura desde o episódio final da série Game of Thrones. Uma “crítica aclamada”. Mas voltando ao filme, você literalmente vê a metade final do filme através de uma lanterninha e mais nada — conveniente demais e pouco convincente.

MARKETING PATÉTICO “VONTADE DE VOMITAR”:

Como andam dizendo por aí — mais especialmente, nos grandes veículos de imprensa, em colunas de blogs de notícia, o filme é tão pesado, mas tão pesado, e Gore, que o mesmo estaria fazendo espectadores do mundo todo vomitarem nas cabines de pré-estreia por aí.

Eu sinceramente não sei que tipo de pessoa eles usaram para validar esta informação, mas definitivamente, não foram os fãs de terror. É inconcebível.

“The Outwaters” é extremamente confuso, desconexo e despropositado (e não trata-se de preguiça filosófica da minha parte). O filme não tem nenhum rumo e literalmente, não é chocante em quase nada — à despeito de uma boa cena ao fim cujo ‘choque’ é palavra muito forte. Há apenas a simples e boa maquiagem prática.

FILME COM PÉ E CABEÇA — SÓ NÃO NOS LUGARES CORRETOS:

Vamos ao que o filme tem de bom: Como citei acima, a cena final é até que muito boa. À respeito dos méritos, é preciso reconhecer, o filme não poupou no uso de sangue. É um verdadeiro show de tinta usado, mas infelizmente não quis dizer muito, afinal, não tem como ver nada — e quando vemos, não é possível extrair nenhum significado ou relevância contextual.

Essa é a avaliação/categorização final que fazemos desta obra tosca: superestimado e temo que um Found Footage que apenas surfa num vácuo de bons filmes de Terror/Ficção experimental, da atualidade.

A qualidade de Fotografia é algo indiscutivelmente BOA. É uma pena que tenham decepcionado usando uma câmera tão moderna, com ótimas lentes abertas, num deserto — que deu, sim, um ótimo cenário; para fazer apenas um filme medíocre, desconexo e desinteressante, num ângulo geral.

ALGUNS ACERTOS INTERESSANTES:

Gostei muito da cena aos 1h26 min, e o desfecho aos 1h40 min, mas É SÓ. De resto, só analisando pelos cenários bonitos, nada que envolva terror propriamente dito, a ponto de ser interessante ou digno de se mencionar.

Faltou mais maquiagem, mais terror simples e puro, e menos abstrações sem pé nem cabeça. Lamento, pois poderia ter sido um grande clássico dos tempos modernos.

O roteiro é superficial demais, os atores são pouco expressivos e os personagens que eles interpretam são menos expressivos ainda, beiram o bobo — que nem sequer sofrem transformações de caráter ao longo do filme, como vemos em grandes clássicos do gênero como “A Morte do Demônio”, e outros sobrevivencialistas.

Um pouco que gostei muito foi essa arte de capa. Um espetáculo à parte. Conseguiu resgatar bem o espírito dos velhos filmes de Terror. Pena que é só a embalagem perfeita de um produto mal elaborado.

O GÊNERO TERROR ESTÁ ENFADIGADO:

É claro que todo esse slogan em torno do filme não passa de nítida publicidade e conluio. Mesmo péssimos filmes de terror produzidos e apadrinhados por terceiros foram taxados de chocantes e angustiantes, já vimos muito isso ao longo dos últimos anos, exemplos não faltam, já faz parte do ramo. No mais, é o tal do Hype.

A grande verdade é que estamos vivendo uma certa fadiga (no cinema, como um todo), ficamos ansiosos por filmes bons de terror, mais do que eles saem. Criar algo de novo é difícil, e muitos acabam pensando só nisso — como, claramente, é o caso deste filme, com impressionismos descartáveis, então tudo que vem de novidade torna-se um depósito de expectativas e frustrações. E, com tudo o que vi aqui, tenho para mim que envelhecerá bem mal.

Enfim, é isto. Fiquem à vontade para deixar opiniões e comentários. Quem aí já viu, e o que achou? Deixo o Trailer abaixo, mesmo se depois do que eu escrevi aqui, alguém ainda queira ver:

CRÍTICA PUBLICADA PRIMEIRO EM MARÇO 19, 2023: https://estranhocine.blogspot.com/2023/03/the-outwaters-2022-superestimado.html

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