Parte de retiragem de revista

Bela Lugosi (“A Marca do Vampiro”) acabou acreditando que era mesmo Drácula

ALLONS (comuna francesa, França) — ‘’Vamos lá, Béla! Não estou brincando, acorde! Nenhuma estaca pode atravessar seu peito, você só pode estar tentando enganar-nos todos…’’

E com essas palavras adaptadas ao personagem de Drácula, Boris Karloff deve ter se despedido de Béla Lugosi, um velho camarada do gênero terror. Lugosi, que assistimos domingo passado no canal 2 da TV em “A Marca do Vampiro” (1935) acabara de falecer em Hollywood, no dia 16 de agosto de 1956 (corrigido [sic — 1966]). Ele tinha setenta e quatro anos. Menos de um ano antes, ele se casara pela quinta vez com a jovem Hope Leininger.

Hope tinha em seu primeiro nome o que traduzindo significa ‘esperança’, posicionou-se para ajudar o marido a desistir da droga que o estava devastando (morfina).

Desde a cidade até os palcos, Lugosi era um personagem muito misterioso. Nascido de nome Béla Blaskó, em 20 de outubro de 1882 (corrigido [sic — 29 de outubro de 1882]). em Lugos (Hungria), ele teve uma juventude ao qual só poderíamos contar como alguma lenda.

Na primavera de 1919, sob a liderança de Bela Kun (um político húngaro-judeu que liderou a revolução no país), a jovem república húngara se tornou o segundo estado comunista depois que Lugosi supostamente passou a ser secretário-geral no Sindicato Nacional dos Atores, ou (conforme dizem) ministro neste governo. Se for mesmo verdade que ele era foi ministro, não permaneceu por muito tempo no regime de Bela Kun, que durou apenas 133 dias.

Após tal, perdemos a compreensão dos fatos na história de Lugosi. E não são encontrados até 1925, quando interpretava pequenos papeis no cinema de Hollywood.

Em 1931, ele finalmente triunfou, em “Drácula”. Desta vez, Béla Lugosi é lançado, e torna-se o papel para agentes de publicidade que fazem dele uma verdadeira lenda, e que obrigam-no a viver numa falsa mansão protegida por cães-lobo e rodeada de morcegos, para ir a estreias de seus filmes deitado num caixão levado por seis carregadores especialmente trajados como agentes funerários — e onde Lugosi só bebia coquetéis vermelhos.

Lugosi sentia grande atração por mulheres mais bonitas. Mas não as tirava o sangue, as fazia ferver. Aquelas que conseguiram casar-se com ele, logo consentiram num divorcio por pensões exorbitantes. Bèla Lugosi era um homem impossível como marido, como se imaginasse realmente ser o Conde Drácula. A princípio, acredita-se que seja por causa das bebidas, dos drinques de coquetéis, mas logo o efeito do álcool não fora mais suficiente.

Após uma operação em sua perna, ele descobriu a morfina. As drogas o estavam deixando louco, ele tinha crises de riso sozinho no escuro. Virava as noites, e chegou a trocar a piscina de sua casa por um cemitério pavimentado com lápides ao redor.

Com sua 5ª esposa — talvez a única que realmente tenha gostado dele (apesar das diferenças de idade), Lugosi conseguiu ser convencido a se buscar se desintoxicar. Mas as drogas se tornaram tabu, mesmo nas Babilônias de Hollywood, e antes de entrar no hospital, o pobre Drácula precisou recorrer a juizes que o condenavam à multas por abuso de drogas, acompanhadas de um belo sermão:

“O tribunal nota seu desejo sincero de limpar-se de tais drogas. Você ainda tem só 72 anos. Você ainda pode aspirar a aproveitar das coisas boas da vida, desde que viva a vida bem.”

O velho ator, com os olhos marejados, agradeceu. Mas se o corpo se cura, a razão não tanto. Ele sempre imaginou a si, e se viu como Drácula. Mas fica difícil acreditar nele 100% quando ele declara para sua esposa: “Me disseram que finjo irracionalmente que sou o Conde Drácula, mas imagino que aquilo que está acontecendo no mundo é muito mais irracional e absurdo do que uma mania minha, inofensiva.

Imagem de Bèla Lugosi em ‘Abbott e Costello as Voltas com Fantasmas’ (1948)

Para transcrição em francês, página completa de revista, ou publicação original (11/02/2020), visite: https://weirdcine.blogspot.com/2020/02/bela-lugosi-revista-francesa.html

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