Opinião | ‘’Massacre da Serra Elétrica’’ II ou III: Qual é o melhor?

EstranhoCine - Filmes de Terror
3 min readJan 13, 2020

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CRÍTICA LIVRE DE SPOILERS

Dennis Hooper foi um grande ator, e de vasta trajetória e experiência, mas seu papel em ‘’O Massacre da Serra Elétrica II” (1986) foi simplesmente deplorável, o personagem Lefty, é bem raso e pouco justificado, é meramente um caipira caricato e que, a pretexto de ser impulsivo, usa de força bruta como justificativa em todas as suas atitudes — que por regra são estúpidas.

O lado emocional de Lefty é, ao ter visto um ente querido morto pelo bando da família Sawyer, não é um meio justificável para querer partir pra cima dos mesmos empunhado de uma serra elétrica moto-serra, que parece ser o que ele mais deseja. Uma vingança burra e boba, não pode-se esperar nada de diferente vindo de uma caracterização que acabou sendo medíocre.

Embora ‘TCMII’ (sigla em inglês; Texas Chainsaw Massacre) tenha uma proposta e pegada completamente diferente do filme original, com um tom mais de humor negro e espalhafatoso, o personagem Lefty foi um erro notório, e não há mal em fazer humor com o pior esteriótipo de caipira possível, que usa calças jeans, botas e chapéu num calor de 50 graus do Texas, mas não usa-lo como um coadjuvante pífio.

BENNY E LEFTY:

E se o personagem de Hooper foi um erro no segundo filme, é um erro que logo foi corrigido na criação do seu sucessor na franquia (uma continuação avulsa que tomos sabemos que é um reboot trajado), com a adição do que considero uma versão aperfeiçoada do mesmo, mas mais inteligente, mais bem encaixado no contexto (embora a sua história ainda caia em paradoxos de clichês convenientes), mas com um background mais interessante, e o mais importante: mais carismático. Na pele do ator Ken Foree, como Benny em “Leatherface — Massacre da Serra Elétrica III”.

E uma das capacidades interessantes que o terceiro filme tem para mim é a de conseguir beber na fonte dos dois filmes anteriores, não tão brilhantemente, mas consegue.

Agora, no entanto, não mais vemos um personagem estupido errando porque quer errar (Lefty), ele pode até errar, e erra, muito — esquecer de carregar arma, no campo mundano de uma pessoa agindo por adrenalina é mais justificável.

Uma outra diferença crucial de ser percebida entre Benny e Lefty, é que enquanto Lefty estava convencido cegamente de que teria que encontrar a sua vingança, Benny não se convence facilmente de nada, para ele todos é mais plausível a explicação de uma histeria coletiva do que de uma família canibal, e até que tenha a confirmação visual.

TCMII é um ótimo filme em muitos aspectos, longe da perfeição de seu antecessor, mas assim como o terceiro e os demais, não agradou a muitos fãs do primeiro filme, por serem consideradas cópias baratas daquilo já feito antes, usando o filme original de muleta, e em parte, sem dúvidas é isso o que fazem. Quem duvida basta comparar os finais — de certa forma tem um padrão (não direi qual).

TCMII usa de meios pouco convincentes para chegar a um fim inconclusivo, já no terceiro filme, temos algo uma história que gira menos em torno da vingança e sim da sobrevivência em si, se assemelhando mais ao primeiro.

COMPARANDO SCREAM QUEENS:

Um fato é que Caroline Williams é, sempre foi, e sempre será melhor Scream queen (rainha do grito) que Kate Hodge, que basicamente faz uma queen horrível, com gritos e um desespero dignos de uma pessoa com depressão profunda. Nisso, podemos seriamente considerar a ordem decrescente de rainhas do grito da incomparável Marilyn Burns (das melhores ever) à Hodge, simplesmente sem comentários.

Apesar de tudo, o roteiro do TCMII leva mais a personagem principal a loucura do que o terceiro filme, a insanidade com tudo aquilo que Stretch (Caroline Williams) sofre, impulsiona muito mais ela ao desespero e pavor estarrecedor. TCMII pode ter muitos defeitos, mas não podemos dizer que Tobe Hooper escolheu uma má rainha do grito.

Enfim, haveriam muitos outros pontos a se considerar, a maquiagem (que prefiro do segundo filme, é claro, Savini na área), identidade visual, mas em respeito ao tempo do leitor, vamos parar por aqui. Você concorda, discorda? Sinta-se livre para deixar sua opinião nos comentários.

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