Crítica: ‘Harvey’ (2002); Um asqueroso curta de terror sobre almas gêmeas
O curta “Harvey”, de 2002, é asqueroso, bizarro e brilhante

Título original: Harvey; Ano: 2002; Classificação indicativa: 12 anos; País: Canadá; Direção: Peter McDonald; Roteiro: Peter McDonald; Elenco: Nicholas Hope (Harvey), Lisa Angove (Lilly). Produção: Priscilla Collins, Rachel Roberts
Harvey é um curta-metragem canadense, e direi logo: um dos curtas mais simples e malucos que conheço. Com uma abordagem bem direta e perturbadora, o curta-metragem mostra a deplorável existência do morador de um apartamento num local desconhecido — Harvey (Nicholas Hope — Anaconda 2, Tashunga).
CRÍTICA CONTÉM PEQUENOS SPOILERS:
O dito cujo uma vida miserável num apartamento escuro, às espreitas nas brechas de sua porta. Um belo dia, ele percebe uma movimentação atípica: é a sua nova vizinha acomodando-se naquilo que ela acreditaria ser o seu novo lar, a Lily (Lisa Angove). Mas o destino reservaria coisas ruins para ela.
Harvey então decide prestar uma pequena visitinha à ela — que acaba sofrendo um acidente com a tão inesperada e macabra visão. Quando Lily acorda do trauma, aquele desconhecido possui a sua cara-metade. Ela sente-se infeliz, agoniada e angustiada. E sem saída.

SOBRE OS EFEITOS VISUAIS:
O primeiro efeito que vemos — e o que dá a estética do filme, é o preto e branco. Um ótimo acerto, dá um tom clássico (e como não poderia deixar de ser, remete a clássicos como ‘Frankenstein’, ‘A Noiva de Frankenstein’; por abstrações de genialidade científica e a carência de monstros). Lembra muito clássicos do cinema mudo (pouquíssimo é dito, mais grunhidos do que palavras).
No enredo, o legal desse curta é a bizarrice do GORE nas entrelinhas, bastante proeminente com os efeitos simples de computação gráfica. No meu entender, não está perfeito, mas não ficou ruim e corresponde com o resultado esperado — em suma: tosco, mas só na medida certa.
Os efeitos visuais são uma cara-metade, e os ângulos de câmera apresentam a outra metade neste curta bizarro.
ANÁLISE GERAL:
Este é um curta-metragem feito com o intuito de incomodar, e ser repugnante — desde os tons do filme, passando por detalhamentos, até o acontecimento principal — e nisso obtém êxito. Fica aqui uma boa e rápida dica de cinema. Tem ele extra-oficialmente na íntegra pelo YouTube (por tempo indeterminado). Nem precisa de legendas.
Se eu pudesse fazer uma crítica seria sobre o quão inacessível esse filme é. Poderiam remasterizá-lo logo e passar a reexibi-lo por aí. De repente, melhorar ainda mais o CGI.